Minha mulher será que quando chegar
Terá no seu rosto algo conhecido?
De mim saberá o entretempo vivido?
E, de nós, saudades vem a carregar?
Penso que neste dito nosso lugar,
Do muito tanto que já foi perdido,
Em parte não serei mais tão querido,
E porto serei pra quem quer navegar.
É fato que de longe não se sabe
Se o erro de antes, feito de imprevisto,
Podou o que agora já não mais nos cabe.
E assim de versos tortos me revisto,
Até que a dúvida de viver se acabe
E que não haja mais razão para isto.
Igor Oliveira
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