Bem-Vindos

Paz e Amor e Retidão e Energia Criativa e Pensamento Positivo e...

domingo, 31 de julho de 2011

Fases

De quantas formas
Fazes
De partes tantas
Fazes
De pontas tortas
Fases
Com poucos pontos
Fazes
Com quatro quinas
Fazes
Com vago tempo
Fases
Brincando quieto
Fazes
Brincando longe
Fazes
Brincando roto
Fases
Alusão a nós
Fazes
Alusão a quem
Fazes
Alusão ao céu
Fases

                         Igor Oliveira

terça-feira, 19 de julho de 2011

Três

Falta pouco para as três.
Virão, elas, me visitar?
Como quem cumpre obrigação.
Ou por força da natureza?
Tal como invenção do homem.
E, de certo, não o é?
Pois bem, que venham.
Para o que encontrar?
Braços abertos de sede.
E se deve brindar?
É fácil ver que sim.
Onde está o novo?
No ciclo, na mudança.
Não virão as mesmas?
Nunca serão assim.
Esperar o que não sabe?
Assim é esperança.
Falta pouco para as três?
E virão, elas, me visitar.

                                           Igor Oliveira

segunda-feira, 18 de julho de 2011

À noite

Vem a noite e recolhe tudo.
Tudo que eu insisti em ver.
Vem a noite e recolhe tudo.
Tudo que eu ainda queria ouvir.
Vem a noite e recolhe tudo.
Tudo que num dia quis viver.

Vem, a noite, e recolhe tudo.
Tudo que é soluço, calo na garganta.
Vem, a noite, e recolhe tudo.
Tudo que da alcova não pertence.
Vem, a noite, e recolhe tudo.
Tudo que é entrave e bordões.

Venha noite e recolhe tudo.
Tudo que é cansaço e suor.
Venha noite e recolhe tudo.
Tudo que por pouco não somos.
Venha noite e recolhe tudo.
Tudo que é pesadelo de gente acordada.

Vem a noite! Recolhe tudo!
Tudo que não é do amanhecer.
Vem a noite! Recolhe tudo!
Tudo que nem deveria existir.
Vem a noite!
Recolhe tudo! 

Igor Oliveira

domingo, 17 de julho de 2011

Homem

Se eu tivesse um filho
Se eu tivesse um livro
Se eu tivesse um campo

Eu teria a mim

Não por ser meu próprio guia
Não por ser meu próprio relato
Não por ser meu próprio lugar

Eu seria para mim

Como pouco pude ser legado
Como pouco pude ser levado
Como pouco pude ser alado

Eu veria a mim

De um lado ainda não visto
De um lado ainda não lido
De um lado ainda não ocupado

Eu não o guardaria para mim

Se eu tivesse um filho
Se eu tivesse um livro
Se eu tivesse um campo

                                           Igor Oliveira

sábado, 16 de julho de 2011

Espelho

Parece tarde para reparar
Reparar no meu quarto que não tem espelho
Espelho que não faz falta alguma

Posso me ver de forma clara aqui
Aqui há a mesma bagunça de páginas
Páginas rasuradas, não lidas, em branco

Posso folhear minha aparência de solidão
Solidão de Alencar, Queiroz e Machado
Machado que parte um uníssono em dois

Tantos sons na quietude deste canto
Canto para meus ouvidos o que já sabem
Sabem resguardar segredos como ninguém

Não há quem entenda as notas da minha metade
Metade minha que se fez meu quarto
Quarto que exibe minha existência por inteiro

Parece tarde para reparar
Reparar no meu quarto que não tem espelho
Espelho que não faz falta alguma 

                                                                             Igor Oliveira

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Quadro

  A conhecida feirinha de livros do calçadão está de volta! Deve ter por volta de dez quiosques abarrotados de velhos e novos livros. São diversos os temas: Teatro, romance, contos, literatura clássica, didáticos, religiosos, suspense, livros que estão em alta, infantis, entre tantos outros assuntos que nem ao menos tive tempo de olhar todos. Alguns me chamaram a atenção e tive vontade de comprar, mas não havia possibilidade financeira, então... Dentre eles posso citar alguns de sheakespeare, um cancioneiro de Vinicius de Moraes, "vidas secas" de Graciliano Ramos e "os sertões". Mas por alguma razão, que ainda não entendi a fundo, mais me chamou a atenção a vontade de escrever que tenho sentido. Não tenho nenhum tema ou assunto ou estilo fixo no pensamento, mas a simples vontade de escrever que me instiga como se quisesse pintar um quadro, o qual não tenho intenções de vender ou pendurar ou retratar qualquer paisagem que marcou alguma passagem importante da minha história. Não sei também se este principio vai chegar a algum lugar mais interessante, mas quis dar ouvidos a esse desejo na esperança de que ele me desse palavras suficientes para vivê-lo.